Com a criação de diversas páginas e blogs feministas na internet, tem se tornado muito comum esbarrarmos em relatos de moças que passaram por algum tipo de abuso em um relacionamento amoroso. Não há dúvidas de que o aumento gradual da visibilidade desse problema é extremamente positivo, afinal, quanto mais nos familiarizarmos com as características de um relacionamento abusivo, mais preparadas estaremos para evitá-lo – ou sairmos dele. Porém, a falta de informações objetivas sobre os diversos tipos de abuso pode ser atordoante para muitas mulheres, que, ao verem nesses relatos um pouco de si mesmas, podem se achar pensando: bom… mas será que o que aconteceu comigo também era abuso?

Se você se identifica com os relatos que lê e a dúvida vem te incomodando, é bastante provável que a resposta seja sim. Afinal, um relacionamento não deveria fazer você se sentir desconfortável a ponto de desconfiar que ele seja abusivo. Entretanto, é claro que chegar à conclusão de que você foi (ou está sendo) abusada não é tão simples assim. Como se observa em vários relatos, muitas mulheres levam meses ou até anos para perceber que passaram por uma experiência abusiva. É muito difícil enxergar a gravidade do problema quando se está dentro dele e, ao ler sobre a experiência de outra pessoa, sempre se pode pensar “Ah, mas comigo não era exatamente assim”, ou “Mas o meu namorado não faz isso de propósito”. Portanto, ainda que os relatos tenham o importante papel de empoderar quem os escreve e de fazer quem os lê se perguntar se passou por isso, nem sempre são suficientes para responder à dúvida.

Sendo assim, é muito importante que se conheça de forma mais “objetiva” as características de um relacionamento abusivo e que se mantenha em mente que, apesar de existirem diferentes tipos de abuso, muitas vezes eles se misturam, já que todos possuem um ingrediente em comum: a culpa. Segundo o site americano Abuse and Relationships, o ato de transferir toda a responsabilidade por suas ações e sentimentos para o a parceiro é a base de toda violência doméstica. Ao fazer isso, se exerce o controle de forma disfarçada, fazendo o parceiro pensar que o agressor está apenas tentando apontar falhas no relacionamento para então resolvê-las. Isso pode ser feito de algumas formas [1]:

  • Falar de tudo que ele já fez por você, culpando-a por ser ingrata e exploradora, em uma tentativa de fazê-la agir da forma que o agressor deseja.
  • Fazer com que você sinta que está magoando de forma consciente o agressor ao não fazer o que ele deseja.
  • Fingir ter compaixão por você, para então repetir várias vezes que seu comportamento “extravagante” está além da enorme capacidade de perdão do agressor, mudando o foco do comportamento dele para o seu.
  • Rotular seu ponto de vista como louco ou irracional a fim de desacreditá-lo.
  • Falar muito de seus motivos e pouco de suas ações, novamente desviando o foco, fazendo você acreditar que as ações violentas são justificadas.
  • Fazer você acreditar que pode mudar seu comportamento agressivo e fazê-la sentir-se culpada por não salvar o agressor de si mesmo.

Ao injetar na parceira o sentimento de culpa por tudo que acontece no relacionamento e na vida dele – o que configura um ato de abusivo por si só – o agressor cria o ambiente perfeito para exercer seu poder e dominação, deixando a vítima vulnerável a abusos posteriores, sejam eles de ordem física ou psicológica. A partir de dados do projeto americano Love is Respect, que visa ajudar as vítimas de abuso a saírem de relacionamentos violentos, e de informações retiradas de um post sobre relacionamentos abusivos na Capitolina e do site Abuse and Relationships, vamos tentar apresentar atitudes que se enquadram nos diferentes tipos de abuso.

 

Abuso físico

 

  • Chutar, bater ou atacar fisicamente de qualquer outra forma.
  • Ameaçar violência física.
  • Jogar objetos em você.
  • Segurar com força, empurrar ou impedir você de se mover.
  • Segurar seu rosto para fazê-la olhar para ele.
  • Usar algum tipo de arma para te ameaçar ou machucar.

 

Abuso emocional

 

  • Xingar você e te botar para baixo.
  • Gritar com você.
  • Demonstrar ciúme excessivo e irracional.
  • Constranger você em público intencionalmente.
  • Tentar afastar você de amigos e familiares.
  • Dizer a você o que fazer e vestir.
  • Perseguir você.
  • Ameaçar machucar você, as pessoas de quem você gosta ou seu bichinho de estimação.
  • Fazer você se sentir culpada ou imatura quando não consente a atos sexuais.
  • Ameaçar expor segredos seus, como sua orientação sexual.
  • Espalhar boatos sobre você.
  • Ameaçar tirar seus filhos de você.
  • Usar celulares ou comunidades online para te controlar, ameaçar ou humilhar.
  • Culpar você pelas atitudes abusivas dele.
  • Reagir violentamente se você fizer algo que o desagrade, ainda que ele faça a mesma coisa sem sentir nenhum remorso.
  • Reagir desproporcionalmente a coisas que o desagradam, ainda que não faça sentido.
  • Machucar a si mesmo e culpar você.
  • Agir de forma punitiva quando você o desagrada, pedindo, por exemplo, que você peça desculpas exageradamente ou que se sacrifique em troca do perdão.
  • Reclamar constantemente das suas escolhas, dos seus interesses e das pessoas de quem gosta.
  • Exaltar seus próprios interesses em detrimento dos seus, deixando claro o quanto tudo de que você gosta é inferior ao que ele gosta.
  • Violar sua privacidade, mexendo nas suas coisas ou lendo suas mensagens, por exemplo.Fazer questão de saber onde e com quem você está o tempo todo.
  • Te criticar, humilhar e agir como se suas opiniões e conquistas não fossem importantes.
  • Ameaçar se machucar ou se matar caso você pense em terminar com ele.
  • Tenta convencer você a fazer mudanças que você não deseja no seu corpo.
  • Tenta convencer você a fazer coisas que você não deseja com a justificativa de que você faria se o amasse ou confiasse nele.

 

Abuso sexual

 

TODO ato sexual ou contato não consentido com o corpo de outra pessoa é abuso sexual, ainda que seja um pequeno toque ou um beijo. Segundo o site Abuse and Relationships: A forma mais básica de abuso sexual por agressores é a obtenção de sexo através da promessa insincera de amor e carinho. Qualquer ato sexual sem consentimento total é abuso sexual. Em qualquer relacionamento em que haja algum tipo de abuso, a vítima não pode ser tida como capaz de consentir, mas apenas de se submeter. Qualquer ato sexual indesejado é abuso. Ainda que a vítima goste do sexo de alguma forma, se ela é pressionada a realizar o ato, é abuso sexual [2].

  • Estuprar ou tentar estuprar você.
  • Forçar você a participar de atos sexuais violentos sem que você assim o deseje.
  • Recusar-se a usar camisinha ou restringir seu acesso a métodos anticoncepcionais.
  • Impedir você de se proteger de doenças sexualmente transmissíveis.
  • Forçar ou coagir você a realizar qualquer tipo de ato sexual que você não deseja ou para o qual não está pronta.
  • Ameaçar você para que realize atos sexuais indesejados.
  • Pressionar você constantemente a fazer sexo ou realizar outros atos sexuais indesejados.
  • Fazer chantagem emocional para que você  pratique qualquer ato sexual indesejado (ex.: dizer que a recusa em realizar o ato é uma prova de falta de amor ou confiança).
  • Exigir sexo de você como prova de que não está tendo relações com outra pessoa.
  • Coagir você a realizar atos indesejados ameaçando fazer sexo com outras caso você não ceda às suas exigências.
  • Não respeitar o seu “não”.
  • Realizar qualquer tipo de ato ou contato sexual quando você está incapacitada de consentir, como quando está dormindo, inconsciente ou sob forte efeito do álcool ou de outras drogas.

 

 Abuso financeiro

 

  • Dar uma mesada a você e controlar o que você compra.
  • Sacar um cheque seu e impedi-la de ter acesso ao dinheiro.
  • Impedir você de ver o extrato de uma conta conjunta.
  • Proibir você de trabalhar.
  • Esconder suas chaves ou levar seu carro para impedi-la de sair para trabalhar.
  • Fazer você ser demitida ao assediá-la ou importunar seus empregadores e colegas.
  • Usar seus dados para conseguir uma linha de crédito sem sua permissão.
  • Usar seu dinheiro ou seu cartão de crédito sem sua permissão.
  • Gastar dinheiro com ele mesmo mas impedir você de fazer o mesmo.
  • Usar o dinheiro como forma de a controlar, caso você não tenha a mesma situação financeira que o agressor.
  • Pedir dinheiro ou bens como prova de amor.
  • Fazer você se sentir culpada por não pagar coisas para o agressor.

 

Abuso digital

 

  • Dizer quem você pode ou não ter adicionado no Facebook ou outros sites.
  • Mandar mensagens, tweets ou e-mails negativos, insultantes ou ameaçadores.
  • Usar sites como Facebook, Twitter, Foursquare etc. para controlar seus passos e atitudes constantemente.
  • Humilhar você em suas atualizações de status.
  • Mandar fotos explícitas indesejadas ou exigir que você mande algumas de volta.
  • Pressionar você a mandar vídeos ou fotos explícitas.
  • Roubar ou insistir para ter suas senhas.
  • Mandar mensagens de texto constantemente e fazer você sentir que não pode se separar do telefone por medo de sofrer retaliações.
  • Mexer no seu celular frequentemente, checando fotos, mensagens e registros de ligações.

 

 Stalking (perseguição)

 

  • Aparecer constantemente na sua casa ou no seu trabalho sem ser convidado.
  • Ficar mandando mensagens, cartas, e-mails e mensagens de voz indesejadas.
  • Ficar mandando itens, presentes e flores indesejados.
  • Constantemente ligar para você e desligar o telefone logo em seguida.
  • Usar redes sociais e outras tecnologias para seguir seus passos.
  • Espalhar boatos sobre você na internet ou fora do mundo virtual.
  • Fazer ligações indesejadas para você.
  • Ligar para seus empregadores ou professores.
  • Ficar esperando nos lugares em que você costuma ficar.
  • Usar outras pessoas como recurso para investigar sua vida.
  • Danificar sua casa, seu carro ou outra propriedade sua.

 

É importante deixar muito claro que não precisa haver agressão física para haver abuso. O abuso psicológico pode ter consequências tão graves para a vítima quanto um ataque físico, impactando severamente sua autoestima e confiança. A vítima passa a acreditar em tudo que seu parceiro diz, podendo sentir-se menor, desinteressante, feia, incapaz de corresponder às expectativas do parceiro e até mesmo totalmente desprovida de valor.

Para quem nunca passou por um relacionamento abusivo, é fácil supor que os atos enumerados anteriormente são absurdos demais para passarem despercebidos. Porém, não é bem assim. De forma geral, a vítima de um relacionamento abusivo tem roubada a capacidade de agir de acordo com seus interesses, devido ao controle e à manipulação extrema a que é submetida. Além disso, seus sentimentos pelo agressor e a culpa que ele instaura nela mascaram o abuso sofrido. A princípio, ela não enxerga seu parceiro como um agressor, mas sim como a pessoa que ama e que retribui seu amor.

É possível também que, em alguns relacionamentos de abuso severo, o abuso sexual seja em parte o que mantém a vítima ligada ao agressor [2]. Como o sexo de alto risco ou coação é uma relação de poder e coerção que leva a danos psicológicos (e às vezes físicos), é possível que ele leve a vítima a desenvolver a  Síndrome de Estocolmo. Embora soe estranho, podemos dizer então que a intimidação sofrida pode, em alguns casos, fortalecer o laço entre a vítima e seu agressor.

Ainda que o abuso seja de fato percebido pela vítima, entretanto, ainda pode haver diversos motivos que fazem com que a mulher se mantenha no relacionamento, como o medo de recriar a sua identidade após tanto tempo voltando seu eu em torno do agressor; o medo do desconhecido; a vergonha de admitir que o relacionamento não deu certo; a esperança de que a pessoa vá mudar ou o amor pelas características boas da pessoa [3].

A vítima pode também acreditar que seu parceiro a abusa sem perceber ou que ele está simplesmente passando por uma fase ruim. Porém, o abuso não ocorre de forma não-intencional. O agressor tenta de modo sistemático ganhar poder no relacionamento. Para isso, faz uso da culpa e da manipulação, limitando as opções da vítima e controlando-a, acreditando que isso a torna sua posse. Como Priscylla Piucco, autora do post da Capitolina, colocou: “A pessoa é responsável pelas agressões e abusos SIM. Aceite, quem está nesse relacionamento com você É uma pessoa abusiva. Essa característica faz parte da pessoa, não vai sumir do nada numa bela manhã de sol em julho”.

Além disso tudo, colocar o parceiro no papel de agressor significa também colocar a si mesma no papel de vítima – e isso pode ser muito difícil para algumas mulheres. Afinal, você não pode ser essa pessoa. Você é uma mulher forte, independente, feminista. Você teria percebido se algo tão ruim tivesse acontecido com você e teria sido capaz de se livrar logo dessa situação, não é mesmo? Não. Não necessariamente.

Como já vimos, existe uma tonelada de motivos que fazem com que você tenha dificuldades para ver a gravidade do que se passa com você. E nenhum – repita consigo mesma: NENHUM – deles é culpa sua. Você pode pensar que era seu dever proteger a si mesma e que, portanto, é sim sua culpa não ter saído logo do relacionamento. Bom, depois de meses ou anos em um relacionamento no qual você era levada a sentir culpa por absolutamente tudo que acontecia, não é de surpreender que você possa pensar que é também culpada por ter se “deixado” abusar. Mas isso não é verdade.

Se uma amiga tivesse passado pelo mesmo que você, você a culparia? Ou seria a primeira pessoa a dizer que é extremamente corajoso da parte dela reconhecer que foi sim uma vítima, que ela não tinha como saber o que estava acontecendo e que nunca fez nada para merecer isso? Se você seria essa pessoa, por que não ter a mesma compaixão consigo mesma? Não relativize sua dor. Lembre-se: a culpa nunca é da vítima. NUNCA. Mesmo quando a vítima é você.

Ao mesmo tempo que você deve a todo custo tentar ver que a culpa não é sua, não pense também que ao ter esse sentimento você está sendo fraca, menos feminista ou qualquer coisa do tipo. Não vamos esquecer que não é apenas o seu agressor que faz de tudo para desviar a culpa de suas atitudes abusivas para você. Você está inserida numa sociedade que faz isso o tempo todo e infelizmente pode acabar internalizando isso – o que também não é sua culpa. Se nos dizem todos os dias que mulheres merecem ser estupradas por causa da roupa que vestem, que tipo de empatia podemos esperar das pessoas em relação ao abuso em relacionamentos? E quantas vezes também já não tivemos que ouvir, por exemplo, que cantada é elogio, e que enxergá-la como assédio é exagero de mulher chata que vê machismo em tudo? A sociedade não apenas faz a mulher se sentir culpada pelo abuso sofrido, então, como também muitas vezes nega que ela tenha passado por uma agressão, naturalizando e romantizando a violência. Exemplos disso na mídia certamente não faltam.

O caso mais debatido de romantização do abuso recentemente é o de “50 Tons de Cinza”, mas de forma alguma é o único. Quem se lembra de quando a Revista Capricho publicou um relato de abuso sexual como uma história de primeira-vez-que-deu-errado? Ou do episódio de Malhação em que o personagem Pedro sequestrou a ex para tentar reatar o namoro? Ele “ensacou a menina, colocou uma meia na sua boca e ficou a ameaçando para que eles voltassem a namorar – sendo que ela se debateu, gritou e esperneou para que ele ficasse longe dela” , mas seu ato foi retratado como uma tentativa extremamente romântica de conquistar Karina [4].

A mídia nos bombardeira com visões deturpadas de relacionamentos, vendendo o abuso como romance e o abusador como um bad boy à procura de salvação. Enquanto isso, permanecemos num vácuo de informações úteis e confiáveis sobre o abuso. Uma pesquisa americana mostrou que 57% dos estudantes universitários dizem ter dificuldades para identificar sinais de abuso e que 58% não saberiam como ajudar alguém nessa situação [5].

Outros números mostram uma realidade estarrecedora: 1 em cada 3 garotas americanas é vítima de abuso físico, emocional ou verbal em relacionamentos; 43% das universitárias já relataram ter sofrido algum tipo de abuso em um relacionamento amoroso e 16% já foi abusada sexualmente por um parceiro. Embora tanto homens quanto mulheres possam sofrer desse mal, elas são sem dúvida as mais atingidas: as garotas de 16 a 24 anos têm o índice mais alto de abuso sofrido em relacionamentos íntimos, quase o triplo da média nacional americana [5]. Aqui no Brasil, uma pesquisa do Instituto Avon indicou que 53% dos homens de classe baixa, 55% dos de classe média e 59% dos de classe alta já cometeram alguma agressão contra a parceira – isso porque havia apenas 10 atitudes listadas como agressivas [6], todas de caráter violento bastante explícito.

Como já dito, os diferentes tipos de abuso têm um impacto muito grande em suas vítimas, que podem ter medo não só de quem as abusou, mas de relacionamentos futuros e chegar até mesmo a desenvolver um estresse pós-traumático [3], distúrbio apresentado por 15 a 20% das pessoas que estiveram envolvidas em situações traumáticas, entre as quais está incluído o abuso sexual. Os sintomas podem demorar meses ou anos para se manifestar, e incluem a [7]:

  • revivescência: quando a vítima recorda o fato e o revive “como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento”;
  • reexperiência traumática: pensamentos que remetem ao trauma, flashbacks, pesadelos etc.;
  • esquiva e o isolamento social: quando “a pessoa foge de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma”;
  • hiperexcitabilidade: taquicardia, tonturas, hipervigilância…

Caso o abuso aconteça na adolescência, as consequências podem ser ainda mais devastadoras. Outros dados americanos apontam que relacionamentos violentos na juventude tornam as vítimas mais vulneráveis ao abuso de substâncias, a distúrbios alimentares, a comportamentos sexuais arriscados e a outros relacionamentos abusivos no futuro. Além disso, o abuso físico ou sexual torna as adolescentes 6 vezes mais propícias à gravidez precoce e 2 vezes mais propícias a contraírem uma DST. Por fim, metade dos jovens que foram vítimas de relacionamentos abusivos e de tentativas de estupro tenta cometer suicídio, em comparação a 12,5% das garotas e a 5,4% dos garotos não abusados [5].

Diante desses números e da constatação óbvia de que o abuso em relacionamentos se constitui como uma forma de violência de gênero, é absurdo que ainda se faça tão pouco para alertar as pessoas de seus sinais. É vital a realização de campanhas abrangentes sobre a questão, capazes de conscientizar as mulheres e oferecer a elas os meios de saírem da situação de abuso. Um exemplo que poderia ser copiado é o do já mencionado projeto Love is Respect. Além de disponibilizar diversas informações e quizzes acerca do problema em seu site, o projeto garante atendimento 24h a adolescentes vítimas de abuso em relacionamentos, através de uma linha telefônica, de um serviço de mensagens de texto e de um chat online.

Enquanto isso não acontece por aqui, algumas mulheres têm feito vídeos que ajudam a lançar luz sobre o tema. O mais famoso, “Não Tira o Batom Vermelho”, da youtuber Jout Jout, publicado há pouco menos de 3 meses, já conta com 562.135 visualizações. Infelizmente, por enquanto essa parece ser nossa melhor estratégia: buscar, compartilhar e disponibilizar informações em blogs e vídeos e trocar experiências umas com as outras. Certamente não é o ideal, mas já é alguma coisa.

[1] http://www.abuseandrelationships.org/Content/Basics/blame.html

[2] http://www.abuseandrelationships.org/Content/Behaviors/sexual_abuse.html

[3] http://www.revistacapitolina.com.br/relacionamentos-abusivos

[4] http://www.festivalmarginal.com.br/inspiracao/malhacao-e-a-apologia-a-violencia-contra-a-mulher/

[5] http://www.loveisrespect.org/resources/dating-violence-statistics/

[6] http://centralmulheres.com.br/data/avon/Pesquisa-Avon-Datapopular-2013.pdf

[7] http://drauziovarella.com.br/letras/e/transtorno-do-estresse-pos-traumatico/

 

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